Texto Le Gof sobre a fundação dos Arquivos, Museus e Bibliotecas Nacionais

Transcrevo parte do texto de Le Gof sobre a fundação dos Arquivos, Museus e Bibliotecas Nacionais na época (e como parte) de uma consolidação dos Estados Nacionais.
A constituição de uma identidade nacional, de uma memória sobre a formação da Nação passa pela criação de lugares (de memória) que fixam uma narrativa a ser apresentada ao povo e que o Estado Nacional (o rei) deseja seja apreendida de uma forma específica.
Esta é uma das "necessidades" que engendram novos saberes técnicos para tratar esses acervos - daí a origem "moderna" das nossas profissões.

" No século XVIII criam-se os primeiros depósitos centrais da casa de Savóia em Turin: em 1720, Pedro, o Grande em 1720; Maria-Teresa em Viena em 1749, a Polônia em Varsóvia em 1765, Veneza em 1770, Florença em 1778.
162. São criados os arquivos nacionais franceses por decreto revolucionário de 07/09/1790. Em 25/07/1794 um decreto determina a publicação de tais arquivos a partir de então: disponibilização pública.
Em 1838, a Inglaterra organiza em Londres o "Public Record Office. Em 1881, o Papa Leão XIII abre ao público o Arquivo secreto do Vaticano, criado em 1611. São criadas instituições especializadas com o fim de formarem especialistas de estudos desses fundos: a "École des Chartes", em Paris, em 1821 (reorganiza em 1829); o Institur für Österreichische Geschichtsforshung, fundado em Viena em 1854, a "Scuola di Paleografia e Diplomatica, instituída em Florença por Bonaini, em 1857.
O mesmo acontece com os museus: primeiro há algumas tímidas tentativas - o Louvre é aberto ao público entre 1750 e 1773, o Museu público de Cassel criado em 1779. A instalação de grandes coleções em edifícos especiais - o Ermitage em São Petersburgo por Catarina II em 1764, o Museu Clementino do Vaticano em 1773, o Prado em Madri em 1785 marcam a era dos museus públicos e nacionais. A Grande galeria do Louvre foi inaugurada finalmente m 1793, o Versalilles é fundado em 1833 por Luís Felipe para contar as glórias da França.
Os alemães criaram o Museu de Antigüidades nacionais em Berlim em 1830 e o Museu Germânico de Nuremberg em 1852. Por ocasião da unificação italiana, a casa de Savóia cria em 1859 o Museu Nacional de Bargello em Florença.
Nos países escandinavos, a memória coleitva acolhe a memória popular, pois que lá se abrem museus de folclore: Dinamarca, 1807, Bergen, Noruega, 1828, Helsinque, Finlândia 1849 e o Skansen em Estocolmo, em 1891.
As bibliotecas conhecem uma abertura e um movimento paralelos. Benjamin Franklin abriu na Filadélfia uma biblioteca de Associações."

Atenção: Esse texto também está publicado no grupo com o nome "Arquivos e Bibliotecas Nacionais."

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